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Ouvidoria ambiental do DF registra aumento nos pedidos de manejo de animais silvestres em 2025

 Somente de janeiro a agosto, solicitações junto ao Instituto Brasília Ambiental já superaram em quase 30% o total de 2024; saiba como proc...


 Somente de janeiro a agosto, solicitações junto ao Instituto Brasília Ambiental já superaram em quase 30% o total de 2024; saiba como proceder junto aos canais do GDF

A Ouvidoria do Instituto Brasília Ambiental registrou, de janeiro a agosto de 2025, aumento de 28,57% no número de solicitações de manejo ou resgate de animais silvestres em ambiente urbano, em comparação com todo o ano de 2024. De acordo com o instituto, foram feitas 45 solicitações nos oito primeiros meses deste ano, dez a mais que os 35 chamados registrados no ano passado.

O Brasília Ambiental é o órgão do Governo do Distrito Federal (GDF) responsável por garantir a proteção do meio ambiente e o uso sustentável dos recursos naturais. Já o resgate e o manejo dos animais silvestres são de responsabilidade do Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), para o qual o instituto encaminha as solicitações recebidas.

Animais vão para as áreas urbanas em busca de alimentos | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O biólogo Thiago Silvestre, do Instituto Brasília Ambiental, explica que o crescimento no número de chamados se deve, em grande parte, ao aumento populacional e à expansão urbana sobre áreas que antes eram fragmentos florestais. Ele destaca que algumas espécies, como urubus, saruês e saguis, conseguem se adaptar com mais facilidade ao ambiente urbano por serem animais generalistas, ou seja, não dependem de um único tipo de alimento.

“Eles diversificam bastante [a alimentação] e, por isso, conseguem viver na cidade tranquilamente, porque há abrigos em abundância e também recursos alimentares, como as lixeiras”, afirma. “No caso dos urubus, há, ainda, carcaças de outros animais nas cidades e lixo orgânico mal-acondicionado, que servem de alimento. Já os saguis, que se alimentam da seiva de árvores, insetos e frutas, podem encontrar fartura em Brasília, que é uma cidade bem arborizada”, acrescenta o especialista.

Ele ressalta também que os animais avaliam instintivamente os riscos de um novo habitat e encontram em Brasília locais que oferecem mais benefícios do que ameaças. O biólogo ainda atribui o expressivo aumento nas solicitações recebidas pelo instituto em um curto período à maior conscientização da população.

 “Estamos trabalhando constantemente com campanhas de educação ambiental. Talvez as pessoas tenham acompanhado e entendido que a melhor forma é acionar um órgão ambiental. Antigamente, muitas pessoas faziam esse manejo por conta própria, mas de forma inadequada, o que podia colocar em risco não só o animal, mas elas próprias. A consciência ambiental pode estar aumentando”, pontua.

O que fazer

Thiago Silvestre orienta que, ao encontrar animais silvestres em suas propriedades, as pessoas isolem o local e acionem o Brasília Ambiental ou o Batalhão Ambiental da PMDF. No caso de ninhadas, é necessário observar o estágio de desenvolvimento dos animais — se ainda estão em ovos (em caso de aves), ou se já há filhotes — e entrar em contato com os órgãos responsáveis. “A gente faz uma vistoria e orienta o cidadão de acordo com a situação”, explica.

Animais silvestres são protegidos por legislação ambiental, e a destruição de ninhos é considerada crime | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O biólogo alerta que os animais silvestres são protegidos por legislação ambiental, e a destruição de ninhos é considerada crime. “Se esse animal não estiver afetando diretamente a saúde das pessoas, a nossa orientação é esperar que ele saia por conta própria e que sejam adotadas medidas pelo morador para fechar as entradas pelas quais os animais tiveram acesso”, orienta. Segundo ele, isso ajuda a evitar que o local volte a ser utilizado como abrigo por outros animais.

Para entrar em contato com o Setor de Fauna do Brasília Ambiental, o cidadão pode protocolar uma requisição pelo site, pelo e-mail fauna@ibram.df.gov.br ou pelo WhatsApp (61) 99187-3064.

Respeito

A professora Priscila Chinaski seguiu as orientações do Brasília Ambiental. Síndica do condomínio onde mora, em Sobradinho, ela descobriu a presença de um ninho de urubus na área das caixas d’água, entre o telhado e a laje do prédio. Segundo Priscila, os animais conseguiram entrar por uma abertura no local, que estava prestes a passar por reforma.

Ela relata que enviou um vídeo dos urubus para a imobiliária, que respondeu dizendo que enviaria alguém para "eliminar" os animais. “Então eu disse: ‘Você não vai [eliminar], porque os urubus são extremamente importantes para a natureza. Se você eliminar, vai arrumar uma confusão. Espere eu ligar para o Batalhão [Ambiental] para obter orientações e eles virem retirar [os animais]’.”

A imobiliária concordou em aguardar, mas alertou que haveria atraso na conclusão da reforma. Priscila, então, entrou em contato com o Batalhão Ambiental e foi orientada a procurar o Brasília Ambiental, que lhe deu todas as instruções necessárias. Naquele estágio, o ninho não poderia ser removido, pois isso levaria à morte dos filhotes.

Um biólogo do instituto foi ao local, estimou o tempo necessário para que os filhotes aprendessem a voar e orientou a professora sobre como evitar assustar a mãe, o que poderia fazer com que ela abandonasse o ninho. Conforme previsto, os filhotes alçaram voo e deixaram o local, permitindo o início da reforma.

Redução

Segundo o Batalhão Ambiental da PMDF, entre janeiro e agosto deste ano, foram resgatados 1.105 animais silvestres, somando as solicitações encaminhadas pelo Brasília Ambiental e as feitas diretamente ao batalhão. Nesse mesmo período, foram realizadas 257 solturas. O número de resgates representa uma redução de 45,8% em relação ao mesmo período de 2024, quando 1.612 animais foram resgatados.

A tenente Thays Gonçalves orienta que, ao se deparar com animais silvestres — seja em áreas residenciais, comerciais ou em rodovias —, a população deve ligar diretamente para o 190, canal oficial para comunicações e chamados: “A gente vai entrar em contato com o solicitante, pedir informações, fotos, vídeos e localização. Feito isso, enviamos uma viatura para atender à ocorrência”.

Com informações: da Agência Brasília  

 

 

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