O transtorno de personalidade borderline (TPB) é uma doença mental grave caracterizada por um padrão generalizado de instabilidade nas relaç...
De acordo com o médico Vital Fernandes Araújo, uma das formas de identificar o transtorno é percebendo o padrão generalizado de instabilidade em várias áreas (relações interpessoais, auto-imagem e afetos) associado à impulsividade acentuada, que surge na adolescência ou início da idade adulta e pode ser reconhecido em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes critérios:
Quanto à distribuição por gênero, conforme o médico, nas últimas décadas, as evidências pareciam sugerir uma maior prevalência de borderline no sexo feminino, como ainda afirma o DSM-5, que relata uma proporção de 3 mulheres com TPB para cada homem.
“No entanto, observou-se posteriormente que essas diferenças parecem ser devido a imprecisões no diagnóstico, problemas de amostragem ou a fatores socioculturais, como encontrado no estudo NESARC realizado em 2014. Neste estudo, apenas uma diferença de prevalência mínima foi observada entre homens e mulheres (2,4% vs. 3,05%)”, contou.
Segundo Vital, o boderline, como todos os transtornos de personalidade, não surge repentinamente durante a vida adulta.
“De fato, sinais e sintomas precoces já podem ser observados em idades mais jovens, especialmente durante a adolescência. Mas existem poucos estudos com o público mais jovem.”
O transtorno também pode apresentar apresentações variáveis; mais comumente, causa instabilidade crônica no início da idade adulta, resultando em episódios de grave descontrole afetivo e impulsivo, que exigem cuidados e intervenções frequentes, com taxas altas de suicídio (de 8 a 10%)
“Crianças e adolescentes com TPB apresentam taxas aumentadas de hospitalização por ideação ou tentativa de suicídio, comorbidades mais graves e pior funcionamento clínico e psicossocial, semelhante ao observado em adultos. Infelizmente, o diagnóstico e o tratamento do TPB são muitas vezes tardios, levando a um resultado menos favorável. Isso é especialmente verdadeiro em pacientes com TPB de início precoce (os mais jovens), nos quais a detecção e a intervenção terapêutica são geralmente atrasadas”, afirmou.
O diagnóstico do transtorno de boderline, segundo o médico, é baseado em quatro pilares:
“O tratamento de pacientes com esse deve começar com a revelação do diagnóstico e educação sobre o curso esperado e tratamento do transtorno. Essa abordagem pode diminuir o sofrimento e estabelecer uma aliança entre o paciente e o médico. O tratamento também deve informar aos pacientes que foram desenvolvidas terapias eficazes, que envolvem aprender a cuidar de si mesmo, e que os medicamentos têm apenas um papel coadjuvante.
O TPB é tratado principalmente com psicoterapia, mas medicações podem ser adicionadas para auxiliar. O médico também pode recomendar a hospitalização se a segurança do paciente estiver em risco.
O tratamento irá ajudar o paciente a aprender habilidades para gerenciar e lidar com sua condição. Também é necessário tratar qualquer outro transtorno de saúde mental que geralmente ocorre junto com o transtorno de personalidade bipolar, como depressão ou uso indevido de substâncias. Com o tratamento, a pessoa pode se sentir melhor consigo mesma e viver uma vida mais estável e gratificante”, finalizou.
Com informação: Newslab
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